Fonte: Paulo Lopes
O pastor Ricardo Gondim(foto), 54, da Assembleia de Deus Betesda, disse que “quem não acredita em
divindade, mas tem valores éticos” precisa ser ouvido e respeitado.
No Brasil, onde os ateus sofrem preconceito no mesmo nível dos usuários de drogas, uma abordagem positiva sobre eles por parte de um pastor se destaca por ser uma exceção.
Em entrevista ao canal Futura, Gondim disse que gosta de dialogar com ateus – excluídos aqueles que defendem a extinção das religiões – porque eles lhe ajudam na formulação de conceitos e definições sobre Deus.
Gondim é um crítico do movimento neopentecostal brasileiro, “um sub-grupo do cristianismo”, conforme diz. Em 2010, ele escreveu que teme que o Brasil se torne um país de maioria de evangélicos porque haveria uma catástrofe cultural. “Como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu?”
Escreveu, também, que não aceita a ideia de que Deus está no controle de tudo porque, se assim fosse, Ele teria de ser responsabilizado pelas mazelas deste mundo.
Por causa dessas afirmações, Gondim foi duramente criticado por lideranças evangélicas e fiéis. Foi dispensado de uma revista onde era colaborador havia anos e houve quem dissesse que tinha se tornando em um pastor herege.
Na entrevista do Futura, levada ao ar no dezembro, Gondim defendeu o diálogo entre religiosos e ateus porque, para ele, as religiões não podem se colocar como “donas da verdade”. “A verdade não pertence a uma tradição religiosa.”
Ele citou um teólogo para dizer que os ateus éticos estão conectados ao divino, porque “Deus vai além da ideia de Deus”.
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